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Eu agora no mundo de sempre

Mudaram as estações, algo mudou. Algo para além da pele que sempre resseca fazendo rachaduras similares ao solo de lugares áridos ao extremo. Não durmo bem, deve ser o frio. Ou a frieza. Pode ser a morte, não sei qual. E o que dela lateja, na vida.


Alguns momentos inesperados me marcam e me atravessam a ponto de eu ver tamanha beleza e alguma esperança. Depois alguma coisa acontece, como uma emigração incompreendida, uma ruptura, um deslocamento para o incerto. Mas talvez tudo fosse uma ideia errada desde o começo. Não ajo efusiva, fico suspensa, como uma mulher de quase quarenta anos que sou. Quão curta é a graça.


Tem bomba explodindo, uns dizem se tratar da terceira guerra mundial. Uma mulher viajante acaba de perder a sua vida por negligência. O que essas duas coisas têm em comum é a espera. Espera-se que a problemática irá ser resolvida, que não é tão grave, que as coisas se ajeitam e que é só dar tempo ao tempo. O engano é de todos os lados.


Falando em tempo, constato que em tempos assim o amor não faz morada. Sentir em demasia é a verdadeira tragédia. É a faca de dois gumes sempre muito afiada que retalha impiedosamente. Minha dermatite voltou a todo vapor nas mãos, esse membro que toca. Ou deveria. Mas isso deve ser coisa de gente deveras sentida. Deve ser só o frio.


Ou a frieza.

 
 
 

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Texto impactante!

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